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Bicycle Repair Man & Super-Pessoas

Em Julho, em serviço como Bicycle Repair Man, desloquei-me a Alcântara para reparar um furo numa bicicleta dobrável:

A recepção que tive, porém, foi tudo menos típica. À minha espera não estava apenas o ciclista apeado mais a sua fiel bicicleta, mas um grupo de super pessoas!

E que não se pense que eram um grupo de super-pessoas qualquer! Um resumo pessoal do Rui explica:

Desde pequeno tenho uma ligação à bicicleta. Era mesmo o meu meio de transporte antes de viver em Lisboa.
Já na capital passei o bichinho da bicicleta a um colega que embalado pela minha conversa lá acabou por comprar uma desdobrável e começou a deslocar-se diariamente entre casa e o trabalho de bicla. Como quem dá, recebe, deixei-me guiar pela atitude dele e comecei também a fazer o mesmo. Desde há 4 anos, pedalo todos os dias para ir e voltar do trabalho. Mesmo quando me mudei para a colina mais alta da cidade. Aprendi por experiência própria que esta história das colinas serem muito elevadas é um mito urbano. Estudando bem os percursos, há uma forma tranquila de chegar a qualquer ponto da cidade. Na verdade, a bicicleta é o meu meio de transporte exclusivo vá para onde for. Meu e não só. Na empresa onde trabalho (www.brandiacentral.com), houve um mini-boom de entusiastas e já são 10 os habitués. A pica é tanta que se criou um grupo, a Matilha Cycle Crew (procurar no facebook) que com ações divulgadas no facebook pretende sensibilizar mais pessoas a aderirem às bikes. E tu, tens pedal?

Rui Henrique, 35 anos.
Autor do blog: bicicleta-voadora.blogspot.com

Parece que o número de bicicletas continua a aumentar, de tal forma que o espaço no escritório já não chega!

Seria interessante que se criasse um serviço tipo estacionamento de bicicleta na hora na CML para as empresas como esta poderem mais facilmente instalar parques de bicicleta para os seus empregados (seguros, bem localizados, e se possível, cobertos).

Como o Rui refere, de tanto entusiasmo pela bicicleta, e decerto motivados pelo sentido efeito contagiante da sua adopção, este grupo de amigos e colegas quis partilhar o seu gosto pelo veículo e pelo prazer de o utilizar de uma forma mais pública e criaram a Matilha Cycle Crew.

E como criativos que são, não seria possível evitar que isso transbordasse para esta sua paixão, e isso pode ver-se nas peças da colecção “Ride Your Bike” criadas por eles, que decerto não ficará por aqui.

E como quem gosta de andar de bicicleta arranja sempre pretexto para tal fazer e para de tal falar, aproveitem a oportunidade que a MCC criou para o próximo Sábado, a exibição do filme Fixation, pelas 21h no Café Clara Clara, no Jardim Boto Machado.

Se ainda não descobriram o que a bicicleta tem para vos oferecer, aproveitem o filme para se inspirarem, e os ciclistas presentes para obter motivação e algumas dicas sobre como experimentá-la na vossa rotina. 🙂

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A coisa vai

Ontem tivemos a visita de uma pessoa da CML cá no ateliê! Vieram confirmar os nossos contactos e funcionamento e tirar umas fotos da entrada, para actualizar o Lisboa Ciclável. Depois de ter enviado há várias semanas, meses?, um e-mail a alertá-los para problemas no site (listagem de lojas e oficinas de motas que não lidam com bicicletas, lojas que já não existem, moradas desactualizadas, lojas novas que não estão lá, e falta de endereço web nos contactos, etc), e de ter perdido a esperança de receber uma resposta, quanto mais ver os problemas resolvidos, eis que sou surpreendida pela positiva. 🙂 Disseram-nos que estão a fazer a verificação dos dados e que vão actualizar o site, com direito até a fotografia, para facilitar encontrar os locais! É bom ver as coisas a mexer e a melhorar! 🙂

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Cenas a Pedal @ Lisbon Cycle Chic

É já este sábado, dia 28, o 1º Evento Cycle Chic Lisboa!  🙂 (O Porto também já teve o seu.)

Lisbon Cycle Chic

O Miguel teve a amabilidade nos convidar a integrar a pequena exposição paralela de artigos & serviços ‘cycle chic‘, pelo que estaremos lá presentes com uma amostra das nossas “cenas”. Entretanto, o Bruno, a.k.a. Bicycle Repair Man, acompanhará todo o passeio, prestando assistência técnica em viagem a quem dela necessitar.

Bicycle Repair Man em acção

Quem precisar de bicicleta para o passeio, temos algumas disponíveis para alugar, que variam entre os 9 € e os 26 € por um dia, dependendo do modelo. Interessados? Detalhes pelo e-mail: até 6ª-feira!

Marquem presença no Facebook, e inscrevam-se usando o formulário.

Haverá ainda uma iniciativa intitulada “Dê a cara pela bicicleta”, onde um fotógrafo irá realizar retratos aos participantes e às suas bicicletas (a mesma ideia base do Rodas de Mudança, da MUBi). Essas mesmas fotografias, serão depois colocadas no Facebook, onde as fotos com mais “Likes” serão premiadas. Um dos brindes será uma das nossas T-shirts “bicicleta no coração”, exemplos:

Ladies' Sob luz natural

O passeio, num percurso simples que se faz – sozinho – em cerca 1 hora, é de inscrição gratuita, e a exposição pode ser visitada mesmo sem se participar no passeio!

Se durante este passeio chegar à conclusão que está a precisar de uma aulinha de reciclagem para dominar a bicicleta como deve ser, saiba que no dia seguinte, Domingo dia 29, das 9h às 12, há Clínica de Bicicleta! Dá para se inscrever até à noite de dia 28! 😉

E, claro, nesse mesmo Domingo à tarde temos cá a Feira de Bicicletas Maduras! 🙂 Vamos ter pessoas a aparecer com bicicletas, quadros, peças e acessórios – tudo usado – para vender, trocar ou doar. Já viu o que tem lá para a garagem, sotão ou varanda, que não usa, se está a estragar e a desvalorizar, e que poderia trazer para esta feira da ladra ciclo-específica? Inscreva-se já, é grátis! 🙂

É um fim-de-semana preenchido! 🙂 E a largada é dada logo 6ª-feira ao final da tarde, com mais uma Massa Críticaaaaa! 🙂

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Lisbon Cycle Chic

Depois do Oporto Cycle Chic, no próximo dia 28 de Maio Lisboa vai ter também o seu evento Cycle Chic. 🙂

 

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Ideias para Lisboa: António Costa de bicicleta entre o Intendente e a Praça do Município

O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, vai ter o seu gabinete num antigo armazém no Largo do Intendente, actualmente a sofrer obras de recuperação. A partir de Abril, e por 2 anos, será este o seu local de trabalho, para «“dar confiança às pessoas para investirem” nesta zona de “má fama”»:

António Costa diz que, quando mudar para o número 27 do Largo do Intendente, já só irá aos Paços do Concelho para participar em reuniões do executivo ou cerimónias. “As pessoas precisam de sentir que há um comprometimento efectivo do município e das autoridades para mudar esta zona e o seu estigma”, afirma, defendendo que esta sua decisão constitui “um impulso” para a requalificação da área da Av. Almirante Reis.

Ora, este novo gabinete do Presidente dista menos de 2 Km dos Paços do Concelho, num percurso praticamente plano. Ida & volta fica em 4 Km:

Alternativas ao dispôr do Presidente:

Automóvel – 6 min para cada lado, considerando que tem estacionamento reservado literalmente à porta em ambos os locais e que não há congestionamentos. Visibilidade: nula. Interacção com a cidade: nula. Custo pessoal: elevado (sedentarismo). Custo para os contribuintes: elevado (mín. 2 €/volta, se incluir motorista, houver muito trânsito, etc, aumenta, mais espaço público para parqueamento em ambas as pontas). Liderar pelo exemplo: falhanço total.

Caminhar – 20 min até à Praça do Município, 22 min para regressar. Visibilidade: elevada. Interacção com a cidade: total. Custo pessoal: nenhum, ganho de saúde pelo exercício físico leve. Custo para os contribuintes: zero. Liderar pelo exemplo: sucesso.

Transportes públicos – o Google estima em 9 a 11 min Largo do Intendente-Praça do Município, e 10 a 16 min o inverso, usando o Metro ou a Carris, respectivamente. Visibilidade: elevada. Interacção com a cidade: razoável. Custo pessoal: nenhum, ganho de saúde pelas escadas de metro subidas ou pelos troços caminhados. Custo para os contribuintes: passe Metro 19.55 € ou 1.80 €/volta. Liderar pelo exemplo: bom.

Bicicleta – os mesmos 6 minutos que o automóvel, com a diferença de que o tempo de viagem não é significativamente afectado pelo congestionamento, e que o estacionamento pode até ser mais fácil/rápido. Visibilidade: elevada. Interacção com a cidade: elevada. Custo pessoal: nenhum, ganho de saúde pelo exercício físico ligeiro. Custo para os contribuintes: praticamente zero. Liderar pelo exemplo: grande sucesso.

A competitividade relativa de alguns destes modos já António Costa conhece em primeira mão. E em 2007  já ele incorporava a bicicleta no seu discurso político:

Desde essa altura já foram implementadas pela CML algumas medidas tímidasem nome das bicicletas” (deixemos por agora as críticas à implementação técnica e às estratégias políticas à parte). Embora ainda andemos todos a suspirar pela bendita ciclovia ribeirinha (mas uma coisa mesmo bem pensada, integrada com o resto, e bem implementada) que nos permita pedalar por prazer, desporto ou transporte entre o Parque das Nações e Algés (e depois até Cascais). O potencial a nível de turismo “vá para fora cá dentro”, de fim-de-semana e não só, de turismo estrangeiro, de dinamização de actividades culturais e comerciais à beira-rio, etc, etc,… é difícil de compreender de que raio estão estas autarquias à espera…

A proposta

Lançamos então aqui o desafio ao Presidente António Costa para “vestir a camisola” e adoptar a bicicleta para se deslocar entre o seu gabinete e os Paços do Concelho, sempre que tal seja necessário.

vestir a camisola

Foto: FPCUB

Porquê de bicicleta?

  • Porque é o meio de transporte mais competitivo para o percurso em causa: o mais rápido, o que oferece tempos de viagem mais fiáveis, e o mais fácil de usar.
  • É o que mais dinheiro poupa à Câmara (a seguir ao andar a pé, claro, mas hey, time is money!).
  • Permite ao Presidente incorporar um pouco de exercício físico leve no seu dia-a-dia, usando o tempo dedicado a transporte.
  • Permite-lhe manter-se em contacto próximo com a cidade mas deixa-o gerir a velocidade a que o faz, e as oportunidades de interacção com os munícipes (é mais difícil chegar a horas a uma reunião indo a pé e tendo que lidar com interacções populares imprevisíveis).
  • Ter o Presidente da Câmara a passar na rua de bicicleta, vestido normalmente, no horário de trabalho, regularmente, fará mais para “reduzir o estigma” da bicicleta, “dar confiança às pessoas para investirem” neste meio de transporte, e fazer as pessoas “sentir que há um comprometimento efectivo do município e das autoridades para mudar” as condições para o uso da bicicleta na cidade, do que qualquer ciclovia, folheto ou campanha.

Não se trata de pedir a António Costa que passe a comutar casa-trabalho-casa diariamente de bicicleta, nem que passe a ir para todos os compromissos profissionais de bicicleta. Trata-se de incentivá-lo a escolher o meio de transporte mais adequado para cada situação. E esta, de comutação entre dois locais de trabalho, num percurso plano de 2 Km, tem “bicicleta” escrito na testa.

Claro que há pequenos cuidados prévios que, tratando-se do Presidente da capital do país, convém ter:

  1. Escolher o equipamento certo. E o que é certo para um Presidente de Câmara na capital portuguesa, numa cidade onde raríssimas pessoas em cargos políticos optam pela bicicleta (logo, onde a imagem de exemplo do Presidente deverá ser positiva, e aspiracional)? Uma bicicleta que não o deixe ficar mal. Bonita, eficiente, fiável, simples de usar. Uma bicicleta que lhe permita sentar-se no selim e arrancar, sem se preocupar com calças a sujarem-se ou rasgarem-se na corrente, com salpicos das rodas. Com iluminação e protecção anti-roubo integradas. Tem que estar preparada para poder transportar confortavelmente e em segurança pastas, portáteis, dossiers, o que seja. Tratando-se de Lisboa e considerando o percurso em causa, tem que garantir um mínimo de conforto pelos buracos e empedrados de Lisboa. Os acessórios para o adequado transporte de bagagem e para lidar com os eventuais dias de chuva também terão que ser contemplados. Não é este o look que pretendemos para estas deslocações em particular:

António Costa de BTT

Foto: FPCUB

É mais este:

Foto: The Sartorialist

  1. Preparar-se convenientemente. Não se tratando de um cidadão anónimo, é de particular importância que o Presidente aja sabendo o que está a fazer, e fazendo-o o melhor possível. Fisicamente, este percurso é acessível a qualquer nível de condição física, por mais sedentária que seja a pessoa (e se fosse por isso, podia sempre ir para uma bicicleta com assistência eléctrica, quem sabe assim a rede MOBI.E não passaria a contemplá-las também…). Mas convém praticar antes o controlo básico e a destreza na bicicleta. Depois há que ter noção da legislação aplicável ao condutor de uma bicicleta, e aprender as devidas técnicas de condução de bicicleta, para garantir o máximo de eficiência, conforto e segurança nas delocações do Presidente. Dicas de como transportar coisas, prender a bicicleta, gerir o esforço, lidar com a chuva ou com o calor também deverão ser abordadas.

Ora, nesta óptica, o Presidente António Costa até está numa situação privilegiada, pois tem logo aqui à mão a única empresa nacional totalmente especializada nisto mesmo. E Lisboa até tem o Bicycle Repair Man, para que o Presidente nunca fique apeado! 🙂

Mas mesmo que opte por não recorrer a profissionais para obter a necessária consultoria e formação, e se meta nisto sozinho ou com as dicas dos assessores disponíveis,  o que interessa é pegar na bicicleta, seja ela qual for, e usá-la, seja como for, e manter-se firme nisso!

Bolas, se outros Presidentes o fazem (Moita Flores em Santarém, Macário Correia em Tavira, Marisa Santos em Sines, Santos Sousa na Murtosa), porque não o nosso?

E tenho a certeza de que a percepção e compreensão das necessidades dos ciclistas seria muito mais rápida por parte da CML se o Presidente experienciasse a cidade, regularmente e num contexto utilitário, em cima de uma bicicleta.

Este post foi enviado ao Gabinete do Presidente. A ver se pega. 🙂