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Pequim terá 50 mil bicicletas de aluguer em 2008

O ex-país das bicicletas implementa esquemas de bicicletas de uso público em voga na Europa para tentar diminuir o número de automóveis em circulação em Pequim e reduzir o elevado nível de poluição atmosférica na cidade, a tempo de “limpar o ar” para os Jogos Olímpicos. Ou ainda matam os atletas todos… 😛

«Sede dos Jogos Olímpicos de 2008, Pequim terá 50 mil bicicletas para aluguel até o início da competição para tentar melhorar o tráfego de veículos e diminuir a poluição. As bicicletas estarão disponíveis em 230 pontos próximos a estações de metrô, centros comerciais, instalações olímpicas, hotéis e prédios de escritórios.

Até agora a empresa responsável pelo negócio já colocou 5 mil bicicletas nas ruas em 30 pontos de aluguel.

– Empresas e indivíduos estão convidados a fazer parte gratuitamente desta rede, desde que possam oferecer um espaço para estacionamento – disse ao jornal “China Daily” Wang Yong, gerente geral da firma de serviços de aluguel.

Segundo ele, quem abrir espaço para o projeto vai receber 1 yuan (pouco mais de US$ 0,13) por dia para cada bicicleta alugada, além de poder se beneficiar do aumento de movimento em seu negócio, em alguns casos. O programa é patrocinado pelo Escritório de Proteção do Meio Ambiente de Pequim e também tem apoio da divisão anti-roubo da secretaria de segurança pública da capital chinesa.

– Essa é uma forma de centralizar a administração das bicicletas para que os cidadãos não se preocupem com roubos – afirmou o policial Wang Xiaobing, referindo-se ao grande número de furtos de bicicletas em Pequim.

Desde sexta-feira, 1,3 milhões de veículos estão proibidos de circular nas ruas de Pequim para testar os efeitos da redução de tráfego sobre a poluição. A determinação, cuja desobediência foi punida com multa, chega ao fim nesta segunda-feira.»

Fonte: Gazeta do Povo

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“Um Marginal na Marginal”

O Tiago Andrade Santos é um arquitecto que usa a bicicleta diariamente como meio de transporte, para se deslocar entre casa e o seu local de trabalho, em Oeiras.

Dadas as recentes proibições por parte das Câmaras Municipais de Oeiras e Cascais de circular em bicicleta nos paredões à beira-mar, o Tiago resolveu redigir um documento intitulado “Um Marginal na Marginal – Proposta para melhorias no concelho” onde, em 10 páginas, aponta os principais problemas de mobilidade em bicicleta e sugere medidas para ajudar a resolvê-los. E tem o cuidado de documentar as situações com fotografias ilustrativas. Criou ainda uma série de slogans e imagens de divulgação e provocação, para alertar para as questões abordadas.

O principal problema apontado prende-se com o ataque e a negligência das entidades no poder para com o uso da bicicleta, quer como transporte quer para lazer. A bicicleta fica de fora no planeamento das infrastruturas, e quando há conflitos com outros utilizadores das vias (carros ou peões) é ela que é banida. As infracções dos ciclistas (neste caso, a circulação nos paredões) são prontamente identificadas e punidas, enquanto que as de automobilistas (que estacionam os carros onde calha – passeios, ciclovias, passadeiras, etc) e as de peões (que circulam nas ciclovias e não nos passeios ao lado – ex. de Cascais) são ignoradas ou pelo menos não são fiscalizadas ao nível que deviam, são encaradas como “normais” e toleradas culturalmente. Além disso, no caso dos ciclistas as infracções de uma minoria servem de desculpa para banir todos os outros da estrada, enquanto que ninguém pensaria fazer isso relativamente aos automobilistas…

Apesar de aparentemente o autor do documento defender a segregação entre bicicletas e restante tráfego (embora possa assumir que seja apenas relativamente à Marginal e/ou relativamente a uma utilização num local de contexto paisagístico privilegiado, como o é a frente ribeirinha destes concelhos, principalmente com o objectivo do lazer e desporto ligeiro), o documento levanta questões pertinentes e apresenta soluções perfeitamente plausíveis, pelo que o recomendamos e apoiamos.

Foi justamente para procurar apoio de outras pessoas interessadas na resolução destes problemas que o Tiago Andrade Santos contactou a FPCUB para que esta ajudasse na divulgação e agisse como intermediário para reunir pessoas interessadas em apoiar esta proposta.

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Ambiente e Energia Eventos

Passeio de bicicleta activista

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Dia 15 de Setembro vai ter lugar um passeio de bicicleta entre a Torre de Belém e a foz do Trancão, no Parque das Nações. Tem uma duração estimada de 2h, por 23 km, começa às 9h30, e é para toda a gente com 12 anos ou mais. É uma prova não-desportiva.

Este passeio vai na 4ª edição e está inserido numa campanha do GEOTA para reivindicar um corredor verde na zona ribeirinha de Lisboa, entre Belém e o Trancão, se possível prolongando-se para os concelhos de Oeiras e de Loures, unindo-se a iniciativas do género já em curso.

As inscrições começaram hoje, a dia 20 de Agosto e vão até 2 de Setembro custando 3 €. Inscrições entre 3 e 7 de Setembro custam 5 €. Dão direito a uma T-Shirt do evento e a um bilhete que permite usar gratuitamente (passageiro e bicicleta) o Metro, comboios da Fertagus e barcos da Transtejo e da Soflusa nesse dia.

Esta iniciativa é extremamente positiva e o corredor verde que defendem é uma infrastrutura urgente para Lisboa e que constituiria uma enorme mais-valia para a cidade, a todos os níveis (económico, ambiental, social,…). Há que divulgar!! 🙂 Pode fazer o download do poster do evento aqui e do panfleto aqui.

Corredor Verde Belém-Trancão: Um Corredor Verde para Lisboa.

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Bicicletas de madeira

As bicicletas em madeira estão na moda. 🙂 Já tenho visto uma série de modelos e conceitos. O último foi o de uma bicicleta tandem, dupla, de Jens Eichler (slideshow aqui). Muito bonita, vejam o detalhe das luzes e dos garfos! 🙂

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Antes já tinha “tropeçado” nas do Jan Gunneweg, que tem um modelo de estrada, um híbrido e até uma cadeira-de-rodas, entre outros projectos. 🙂

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Depois há as Xylon, um projecto desenvolvido em 2005 em Portugal por um professor de design, Nick Taylor, e três alunos. O projecto foi apresentado no 2º Festibike nesse ano, já foi falado em revistas e sites internacionais de renome, e tenho ideia de que já houve uma exposição dos modelos numa loja de bicicletas em Lisboa, embora não possa garantir que isso realmente chegou a ocorrer.

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E também há a Jano, um projecto de mestrado de Roland Kaufmann.

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Investigação tem mostrado que madeira usada em bicicletas tem a capacidade de absorver choques e ruído da estrada como a fibra de carbono, e tem o sentir e a resposta do aço. Isto aliado a outras características estéticas e não só da madeira, e ao factor de craftsmanship implicado nos trabalhos com este material, confere uma atracção especial por estas obras de arte. 🙂

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Arte e Design Faça Você Mesmo

Gizmo e Monociclo do século XIX

Dada a historicidade da bicicleta como objecto criado pelo Homem e veículo de transporte, terá sido (e continua a ser) alvo de imensa experimentação no seu desenho e funcionamento. São disso prova alguns documentos de tempos remotos sobre modificações e desenhos inovadores baseados no conceito do veículo movido a pedais. São notórios também os registos vídeo de um passado mais recente que demonstram a criatividade do ser humano ao serviço destes veículos.

Um documentário criado nos anos 70 sobre as invenções dos anos 20 a 50 mostra alguns trechos sobre veículos movidos a pedais, curiosamente tomados como inovadores nos nossos dias. Este documentário, embora não seja exclusivamente sobre veículos movidos a pedal, é um excelente documento sobre a persistência humana no âmbito da inovação, criatividade e procura de soluções para problemas que por vezes ainda não existiam.

Inspirado por um veículo desenhado no século XIX, no ano 1873, em França, um construtor Espanhol (deduzo dado o local onde se encontra actualmente) decidiu construir um veículo movido a pedal, que consiste numa roda gigante, conduzida e pedalada no seu interior.

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Este veículo esteve disponível no site de leilões eBay mas não foi arrematado por ninguém.

A criação deste desenho estará relacionada com a necessidade de baixar o centro de gravidade do monociclo mantendo a simplicidade da utilização de apenas uma roda mas reduzindo a dificuldade de equilíbrio existente num monociclo clássico.

Este veículo chamou à atenção do Brass Goggles (site dedicado ao tema Steampunk, ou seja, objectos desenhados como se fossem da era do vapor), e do Gizmodo.

Será que a sociedade actual aceita da mesma forma os ‘inventores malucos’ que vão surgindo? Será que agora temos uma atitude ‘patent first – create later’, que acaba por limitar os possíveis criadores de produtos inovadores? Será que o pudor de mostrar ideias e produtos inovadores é maior face ao medo de a ideia seja patenteada por outra empresa?