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“Às voltas e voltinhas para chegar às aulas”

Nas páginas 8 e 9 do “Mundo Universitário” desta semana vem um artigo sobre as opções de transporte dos alunos: autocarro, comboio, carro, metro e bicicleta:

Rita Ricot, 27 anos
Dá aulas de Psicologia Cognitiva ao 1.o ano do curso de Psicologia do ISPA – Instituto Universitário e frequenta o 4.º ano do doutoramento na área de Psicologia Social. Todos os dias parte do Alto do Pina para Alfama a dar aos pedais de uma das suas bicicletas. Pela R. Barão Sabrosa e Av. Mouzinho de Albuquerque chega a Santa Apolónia num instante. «Se eu levar a minha ‘pasteleira’, 15 minutos é o normal. Se for na minha bicicleta de estrada são 10 minutos.» Para voltar, o percurso é diferente devido às inclinações e demora cerca de 25 minutos: sobe para o Campo de Santa Clara, com a bicicleta à mão, Graça, Morais Soares, Alameda e Bairro dos Actores. Foi há um ano que adoptou regularmente a bicicleta, quando esteve dois meses em Santa Bárbara, na Califórnia. Fazia 16 km todos os dias, de casa até ao Campus, e quando cá chegou nem quis outra coisa, até pelo tempo que poupa diariamente. Já a possibilidade de chuva não a demove. «Aqui em Lisboa nós normalmente temos períodos de chuva e depois temos uma aberta, e às vezes chove miudinho, mas não incomoda assim tanto.» Piropos como ‘fecha a janela’ ou ‘estás com a porta mal fechada’ são frequentes, mas para a Rita andar de bicicleta é uma liberdade. «Metes-te em cima da bicicleta e vais. Tens uma liberdade de acção completamente diferente do que se fores de carro, autocarro ou de metro. A mim dá-me logo energia.» Quer desmistificar a ideia de que Lisboa é difícil por causa das colinas e rouba uma frase que já ouviu de várias pessoas: «As colinas estão mais na nossa cabeça do que na nossa cidade.»

De lembrar que a bicicleta é um meio de transporte autónomo em si mesmo, mas facilmente conjugado com todos os outros, expandindo assim o seu alcance. Isto era um recado bom para o rapaz que usa o carro por falta de oferta dos TP a horas mais tardias, talvez deixasse de trabalhar para, em grande parte, sustentar o carro. 😉

No artigo só faltou o “andar a pé”, esse modo eternamente invisível, de que ninguém parece lembrar-se…

Uma excelente dica do António Cruz. 🙂

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Marketing vindo da Murtosa?

Já começou a circular pelas interwebs esta imagem, atribuída à Câmara da Murtosa:

poster murtosa

Sobre andar de bicicleta e a pé:

Isto consome-lhe calorias e colesterol, mantém-no em forma, poupa-lhe dinheiro, melhora a mobilidade urbana e protege o ambiente.

Sobre o andar de carro:

Isto consome-lhe a saúde, prejudica o meio ambiente e a mobilidade urbana, promove o sedentarismo e custa-lhe muito dinheiro.

Faz lembrar esta ideia fantástica:

'This one runs on fat & saves you money' by Peter Drew of Adelaide

De notar que A Cenas a Pedal produz algumas T-shirts que visam passar esta mesma mensagem. 🙂 Como a “gordura ou formosura“:

Gordura ou formosura

Nesta fase, é importante assumirmo-nos e deliberadamente apresentarmo-nos como utilizadores de bicicleta nos nossos contactos e encontros do dia-a-dia. É importante que saibam no nosso emprego que hoje viémos de bicicleta. Que na escola dos nossos filhos saibam que os fomos levar ou buscar de bicicleta. Que não estamos satisfeitos nem achamos normal ou aceitável se não encontramos um parque adequado para estacionamento de bicicletas no serviço público, restaurante, hotel, teatro, cinema, discoteca, estádio, empresa, etc, a que nos deslocamos. É um tipo de activismo que exige pouco investimento mas que planta sementes para o futuro, e depois vai alimentando-as lentamente. 🙂