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Vou de bicicleta e levo o cão

Depois que adoptámos a Mutthilda (lê-se Matilda, é um trocadilho com “mutt”, “rafeiro”, em inglês), no Verão do ano passado, esta questão tornou-se pessoal. 🙂

Estas são as opções que já testámos, embora em diferentes fases de crescimento e desenvolvimento da Mutthilda:

Cesto dianteiro, fixo ao guiador, sem grade/cobertura, da Cordo:

1ª viagem da Mutthilda

Fixe para os dias quentes de Verão, e enquanto ela era pequena, e cabia lá bem. Mas é mais adequado a cães mais crescidos, treinados para não se mexerem muito nem tentarem sair do cesto com a bicicleta em movimento, pois traz apenas uma fita para prender à coleira.

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Entretanto, preparando-nos para os 9-10 Kg previstos para a Mutthilda versão adulta, apostámos num atrelado da Croozer, que tinha a vantagem de funcionar também como “casota” quanto estávamos no atelier ou na casa de alguém. Como eu é que andava de bicicleta com assistência eléctrica, eu é que normalmente a rebocava.

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Ela andava lá à vontade, via as vistas, etc. Era sempre uma estrela por onde passava, e dava imenso jeito na estrada pela “pegada”.

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Como começou a chegar o Outono e o Inverno, e começámos a sentir falta da simplicidade e flexibilidade do cesto, passámos para outro, da Klickfix, que pode ser usado com ou sem cobertura, tem “janelas”, e uma cobertura impermeável, além de ter uma fixação de 2 pontos, dando menos liberdade ao cão de simplesmente saltar, mas tornando mais fácil ele enlear-se na fita.

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Fixa-se com um adaptador da Klickfix, e cabia em ambas as bicicletas, por isso ora a levava eu ora a levava o Bruno.

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Quando a Mutthilda começou a habituar-se melhor e a gostar mais do cesto, já estava grande demais para ele, em termos de peso e até de volume, e então era hora de experimentar outra coisa.

Com ela ainda pequenina, já tinha experimentado algumas vezes levá-la na caixa de transporte comum, fixa ao porta-bagagem da minha bicicleta com as fantásticas Rok Straps e funcionou bem. Mais tarde, como o Bruno tinha entretanto voltado à Surly Big Dummy como bicicleta do dia-a-dia, a conclusão foi óbvia. Primeiro ia de lado, sobre um Wideloader da Xtracycle, para o peso ficar mais em baixo. Depois passámo-la cá para cima, para o peso ficar mais equilibrado e o veículo mais manobrável, além de recuperar capacidade de carga nos sacos.

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Ela já está com mais de 9 Kg e mal cabe na caixa, mas para os percursos relativamente curtos que fazemos de cada vez (6 Km) funciona bem, ela vai enroladinha. 🙂

E depois, é isto todos os dias ao chegar a casa:

Uma coisa que queremos experimentar é a cadeira dianteira para cães, Buddyrider, embora anule o quadro rebaixado da bicicleta, se esta o tiver:

Buddyrider

(Pode consultar o nosso catálogo de soluções de transporte de cães em bicicleta aqui.)

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This girl can / Esta rapariga pode

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Esta Rapariga Pode é uma campanha nacional [no Reino Unido] desenvolvida pela Sport England e uma vasta gama de organizações parceiras. É uma celebração de mulheres activas por todo o país que estão a fazer a cena delas, não interessa quão bem o fazem, qual o seu aspecto ou até mesmo quão vermelhas ficam as suas caras.

 

Há muitos exemplos de exercício e desporto, mas também há exemplos de actividade física simples, como “ir de bicicleta”.

A Grace gosta de andar de bicicleta, ela gosta de estar lá fora a pedalar ao ar fresco, às vezes frio. Ela não está numa corrida com ninguém, não se preocupa com a velocidade a que vai. Ela simplesmente faz a cena dela e é só isso que importa.

Nos bastidores:

Podem ver mais posters e vídeos na página de Facebook da campanha.

O estudo prévio a esta campanha revelou que as mulheres sabem que deveriam exercitar-se mais, mas ainda assim falham em atingir os níveis mínimos de actividade física recomendados para uma vida saudável. Concluiu-se ainda que na faixa etária dos 14 aos 40 anos há menos 2 milhões de mulheres a exercitarem-se face ao número de homens que o fazem, e 75 % das mulheres nesta faixa etária gostariam de fazer mais desporto e/ou exercício físico, mas o medo de serem julgadas é maior do que a sua auto-confiança: 

  • medo de serem julgadas pelo seu aspecto durante a actividade (suadas, ruborizadas, pobre forma física, etc)
  • medo de serem julgadas por não serem boas o suficiente a realizar determinada actividade, ou então demasiado boas e, “logo”, pouco femininas
  • quando têm filhos, sentimento de culpa e medo de serem julgadas por gastarem demasiado tempo com elas próprias

‘This Girl Can’ é uma celebração de todas as mulheres que encontram a confiança para fazerem exercício: é uma atitude, e uma chamada à acção para todas as mulheres fazerem o mesmo. Esta campanha pretende abordar os medos das mulheres, mostrando-lhes que não estão sozinhas, e a esperança é que isso lhes dê mais confiança.

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Não conheço outros estudos ou campanhas similares em Portugal, mas desconfio que a nossa realidade, a este nível, não será muito diferente. E penso também que a menor proporção de mulheres a usar a bicicleta como meio de transporte em Portugal, relativamente aos homens, poderá ter, em parte, a ver com esta questão.

Infelizmente em Portugal não se faz muito “marketing” de causas. Nem o Governo, nem organizações grandes. O mais parecido que me lembro foi o projecto Maria Bicicleta, uma iniciativa privada, da Laura e do Vitorino, que depois teve algum apoio institucional da Câmara Municipal de Lisboa e EMEL, na forma de uma exposição na Av. Duque de Ávila. Muito pouco para ter impacto significativo na população, claro.

Maria Bicicleta

Dia 8 de Março é o Dia Internacional da Mulher. Mas já passou, e é só um dia para nos recordar da importância dos outros 364. Que tenhamos todas força para preferirmos ser saudáveis, fortes, independentes, e divertirmo-nos, sempre, e não só em ocasiões especiais. Porque o cabelo desalinhado, a cara vermelha, o suor, o sentirmo-nos fora de forma ou pouco atraentes, é tudo transitório, e irrelevante, o que vai permanecer é a sensação brutal de “eu consigo”, “eu gosto”, “eu quero mais”. Porque nós merecemos.

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Pedelecs e e-bikes

Prever a autonomia da bateria com o eBike Range Cockpit

A minha primeira bicicleta eléctrica foi uma Kalkhoff (infelizmente a marca cessou a distribuição para Portugal em 2013), com motor central, o sistema era o da Panasonic. Entretanto, eu queria experimentar o sistema da Bosch, e também não fazia sentido manter a Kalkhoff dado que era uma marca que já não podia fornecer aos nossos clientes, por isso pus a minha querida Agattu C7 à venda. Essa bicicleta passou a ser a da Carlota:

Carlota na Kalkhoff
Foto: Lisbon Cycle Chic

Nessa altura surgiu a possibilidade de trabalharmos com a também alemã VSF Fahrradmanufaktur, e optei então por este modelo (bom, o anterior, na altura, com ligeiras alterações).

a minha bicicleta eléctrica

Gostei do Bosch, a única coisa que preferia na Kalkhoff com Panasonic era a localização da bateria, mas não se pode ter tudo. 😛

Uma cena fixe que o Bosch tem é que nos dá uma previsão da autonomia nos 4 níveis de assistência. Como os carros mais recentes. Assim andamos muito mais descansados, temos uma melhor noção de quantos quilómetros mais conseguiremos percorrer usando o nível Eco, Tour, Sport ou Turbo (40 %, 100 %, 150 % e 225 % de assistência, respectivamente, no caso do sistema da minha bicicleta).

E há umas semanas atrás descobri que a Bosch tem uma nova aplicação online para calcularmos / prevermos a autonomia do sistema, consoante as variáveis do percurso que planeamos fazer e o estilo de condução que temos, o eBike Range Cockpit:

eBike Range Cockpit

Genericamente, há 3 factores que afectam o consumo de energia da bateria:

  • o condutor
  • a bicicleta
  • o ambiente

Condutor

A aplicação pede-nos:

  • o peso total do conjunto: bicicleta + condutor + bagagem [o melhor é o peso condutor + bagagem não exceder os 80 Kg]
  • a cadência da nossa pedalada – [o motor Bosch é mais eficiente a partir dos 50 rpm]

Bicicleta

A aplicação pede-nos:

  • sistema de motor & bateria [o da minha bicicleta é o Active Line, não é o motor mais potente, mas é a maior bateria]
  • tipo de bicicleta e postura de condução [o atrito aerodinâmico é preponderante, quanto mais citadina é a posição de condução, maior a resistência do ar, e maior o consumo de energia]
  • o tipo de transmissão [o sistema consegue dar mais assistência numa bicicleta com mudanças de desviador do que numa com mudanças internas]
  • o tipo (rastro) de pneus [os que oferecerem menor atrito são mais eficientes em termos de consumo de energia]

Ambiente

A aplicação pede-nos:

  • tipo de terreno: plano, com poucas ou muitas subidas [obviamente, quanto mais inclinadas e longas as subidas, maior o consumo]
  • nível de pára-arrancas: estamos sempre a parar e arrancar (ex.: semáforos), ou é sempre estrada aberta? [os arranques consomem muita energia, queremos evitá-los, e usar sempre mudanças mais baixas ao fazê-los]
  • tipo de pavimento: gravilha, terra, bom asfalto, estradas degradadas? [quanto pior o pavimento, maior o atrito, logo, maior o consumo de energia]
  • condições de vento: nenhum, umas brisas, ventoso,…? [o vento pode ser pior que uma subida]

Depois, basta introduzir a nossa velocidade média na bicicleta (registada na consola), e seleccionar o nível de assistência desejado para ter uma estimativa de quantos quilómetros conseguiremos percorrer com aquelas condições todas atrás.

Há duas outras coisas que podem afectar significativamente o consumo de energia a pedalar a bicicleta (venha essa energia só do nosso corpo ou também de uma bateria): a pressão de ar nos pneus, e o nível de limpeza e lubrificação da corrente. Aqui há umas semanas andava bitching acerca da bicicleta parecer mais lenta, que o motor andava a perder força e tal, o Bruno fez uma manutenção à corrente e parecia outra bicicleta – não tinha nada a ver com o motor ou a bateria. 😉

O site da Bosch tem informação acerca das diferentes baterias, e dicas de como optimizar a sua autonomia e a sua longevidade, vejam aqui e aqui.

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Micro-logística em velocípedes

Finalmente, parece que a micro-logística em bicicleta (ou triciclo), numa escala maior que a dos “simples” estafetas em bicicleta, está a querer chegar a Portugal. Vejam esta entrevista no Diário Económico, acerca da parceria entre uma tal de Avancycles e a Adicional Logistics.

Pelos vistos estão a começar com um projecto-piloto no Parque das Nações, com um triciclo, em Lisboa. Os triciclos de carga em causa são os modelos Cargocycle da francesa La Petite Reine.

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O sucesso desta iniciativa está muito dependente das autarquias adoptarem medidas de restrição à circulação e estacionamento automóvel no centro das cidades, claro, e por isso é que estamos a ver isto a (tentar) despontar em Lisboa 14 anos depois de ter surgido em Paris, por exemplo. É o mesmo problema dos pedicabs.

Desejamos-lhes sorte, e sucesso!