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“É um Enrique Peñalosa ali para Lisboa, se faz favor.”

Há pessoas e projectos que nos inspiram. Que nos dão esperança de que é possível fazer diferente, esperar diferente. Que nos dão confiança para fazermos também coisas loucas e grandiosas. O Enrique Peñalosa é para mim uma referência incontornável, e o seu exemplo algo que me alenta os sonhos.

Esta entrevista (versão longa) é absolutamente imperdível. Se tivesse tempo legendava-a em português para que mais pessoas pudessem perceber que o problema de Portugal não é falta de dinheiro, nem de meios, mas sim de inteligência colectiva e pessoas com visão.

«O conflito nas cidades, hoje, é entre os carros e as pessoas. Não se pode ter cidades amigas das pessoas e amigas dos carros, tem que se escolher.»

«Temos que escolher como queremos viver.»

«As cidades existem há 5000 anos, os carros há 80. As cidades sempre foram pedonais, e era assim que eram funcionais. Uma cidade pedonal é amigável para os seus utentes mais frágeis e vulneráveis. Não podemos resolver o problema da mobilidade nas cidades com carros, é simplesmente impossível, não funciona.»

Em apenas 3 anos o “Presidente da Câmara” de Bogotá, Enrique Peñalosa, mudou a maneira como a sua cidade tratava os seus cidadãos “não-motorizados” restringindo o uso do automóvel e instituindo um sistema de autocarros rápidos (com vias exclusivas) que agora transporta 500 000 pessoas diariamente. Entre outros melhoramentos: ele alargou e reconstruiu passeios, criou grandes espaços públicos, e implementou uma rede de mais de 150 Km de ciclovias protegidas (um símbolo de que «um cidadão numa bicicleta de 30 $ é tão importante quanto um cidadão num carro de 30 000 $». E ele teve que lidar com enorme resistência à mudança, protestos, etc.

Eles querem ainda banir totalmente os carros durante as horas de ponta. Actualmente fazem um “Dia Sem Carros” todas as semanas.

«Em apenas 6 anos, de 0.2 % de pessoas a usar a bicicleta diariamente, em Bogotá, passou-se para 5 %. Há agora 400 000 pessoas a andar de bicicleta na cidade, todos os dias.»

«Nós subestimamos o poder dos sonhos. O mais difícil é sonhar e criar um sonho colectivo ou uma visão partilhada. É tempo de arriscar em grande e fazer algo novo, uma nova [insert portuguese city name here]».

A versão curta está no YouTube:

Versão legendada (aberta a revisões 😉 ):

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A.C. e D.C.: antes dos carros e depois dos carros

Este vídeo do TransporteAtivo diz tudo. Mostra tudo. Dá para perceber, para sentir o que está errado nas nossas cidades, nas nossas ruas suburbanas. O silêncio, a paz, a segurança e tranquilidade, a socialização das pessoas, o usufruto da rua, do espaço exterior, público, dá lugar em poucos instantes, ao ruído, ao stress, ao risco, ao fumo, ao bloqueio do livre fluxo das pessoas no exterior.

Esta iniciativa no Rio de Janeiro, que aos domingos e feriados interdita o trânsito motorizado em algumas ruas, era uma excelente ideia para importar para Portugal. Talvez se as pessoas tiverem a oportunidade de experimentar a vida e a rua sem carros lhe ganhem o gosto e fiquem mais permeáveis e receptivas a medidas em prol de um urbanismo mais humano e de opções de mobilidade alternativas e mais sustentáveis.

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Lançado o Projecto Mobilidade Sustentável

Boas notícias! 🙂


Castelo Branco recebeu a cerimónia de lançamento do Projecto Mobilidade Sustentável, presidida pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. O projecto vai servir para criar Planos de Mobilidade Sustentável em vários municípios do país, ou seja, para melhorar condições de deslocação, diminuir impactes no ambiente e aumentar da qualidade de vida.

Os planos vão obedecer às orientações estratégicas comunitárias e nacionais, numa lógica de sustentabilidade, e são aplaudidos pela Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS).

As cidades portuguesas de pequena e média dimensão “são território privilegiado para criar planos de mobilidade sustentável”, defendeu Samuel Infante, dirigente do núcleo de Castelo Branco da QUERCUS.

“Aplaudimos a iniciativa e esperamos que este projecto tenha resultados práticos efectivos”, refere Samuel Infante. “Nas cidades de pequena e média dimensão, onde estão a nascer novas urbanizações e redes viarias, como é o caso de Castelo Branco, é importante que seja tudo construído segundo a lógica da mobilidade sustentável”, sublinha. “Estamos habituados a que essas preocupações surjam depois das obras estarem feitas e como remendos. São importantes iniciativas que mudem este cenário”, lamenta aquele responsável.

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

A construção de ciclovias e zonas pedonais são necessárias, “mas com estudos adequados. Em Castelo Branco existe apenas uma ciclovia e não liga ao centro da cidade nem às instalações de ensino superior”, lamenta. “Cá estaremos para dar o nosso contributo sempre que necessário”, acrescenta. (…)

Procurar combustíveis menos poluentes

Samuel Infante realça que, nas cidades de pequena e média dimensão ainda proliferam os transportes baseados em combustiveis fosseis ainda são dominantes. “É importante converter os transportes urbanos para gás natural ou biodiesel, por exemplo”. Por outro lado, os horários têm que ser definidos de acordo com as necessidades da população, adequados a cada realidade, ou não vão servir ninguém.

Fonte: Diário XXI

Parece que este Plano vai envolver 40 municípios.

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Hora de ponta em Amsterdão

Não é lindo? 🙂 Talvez um dia também possamos filmar algo assim em Lisboa… 😉

O próximo filme ajuda a perceber como isto se tornou possível:

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Desníveis

Trampe, o primeiro elevador de bicicletas do mundo, em Trondheim na Noruega, já é famoso. Implementado em 1993, permite percorrer 130 metros de uma subida íngreme a 2 m/s, e pode ser usado por 5 ciclistas em simultâneo. Esta subida separa o centro da cidade do campus universitário e 50 % dos utilizadores são estudantes. 41 % dos utilizadores do Trampe disseram que esta infrastrutura os incentivou a usar mais frequentemente a bicicleta.

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[Fonte: apresentação da Bikepark.net na Eurobike]

No site estão disponíveis fotos, e um video oficial (em 2 opções de qualidade). Engraçado que o elevador até é usado por pessoas sem bicicleta, mas com carrinhos de bebé! 🙂 O video já está disponível também no YouTube:

Onde está também um outro, “amador”:

Outra alternativa para ultapassar rapida e facilmente desníveis grandes e/ou longos é um sistema tipo teleférico. Muito usado nas estâncias de neve, para transportar os seus utilizadores e respectivo equipamento, também pode ser usado para transportar pessoas com as suas bicicletas. Na foto seguinte o contexto é desportivo / de lazer, mas uma alternativa focada na mobilidade diária é uma possibilidade!

bikeparkpontonet.png

[EDIT 6/1/07: A Turistrela tem um serviço destes a funcionar no Vodafone Bike Park:

telecadeirasbikepark.png

Mas é também em contexto desportivo e de lazer.]

E quando nem sequer temos um caminho por onde pedalar, mas sim umas escadas? Também há solução! Dois exemplos simples:

Calhasbom para pôr nos acessos das estações de comboio e metro, por exemplo, e demais passagens relevantes para uma utilização híbrida peão/ciclista:

sophiemrejen.jpg
[Fonte: Sophie Mrejen]

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[Fonte: Sophie Mrejen]

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[Fonte: BikePortland.org]

Rampasem vez de termos que carregar as bicicletas (ou outras coisas com rodas?) às costas, podemos levá-las empurrando-as, sempre deve custar menos!

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[Fonte: Paul_the_seeker]

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[Fonte: Paul_the_seeker]