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Crianças afogadas: a piscina tem a culpa. Crianças atropeladas: a criança tem a culpa?

Plano de segurança infantil quase pronto
ACIDENTES TIRAM A VIDA A 700 CRIANÇAS POR ANO

Lá está a palavra “acidente” associada a coisas que não são acidentes (como muitos dos “acidentes” rodoviários).

Há dois anos, os acidentes rodoviários e os afogamentos eram as causas de morte infantil mais frequentes em Portugal. Os motivos para os acidentes fatais estavam relacionados com a ausência de cuidados como o uso de capacetes para andar de bicicleta, limites de velocidade, piscinas protegidas e normas específicas para equipamentos em campos de jogos.

A Suécia, a Holanda e o Reino Unido eram os países com menor taxa de mortalidade de crianças em acidentes.

Engraçado (ou não) apontarem o não uso de capacete como sendo um motivo relacionado com a maior taxa de mortalidade infantil em Portugal, quando pelo menos um dos país mencionados como tendo das menores taxas é a Holanda, onde o capacete para ciclistas é um elemento estranho à cultura… Talvez o problema não esteja na vítima mas no que a rodeia, nomeadamente, nos condutores de automóveis, no ambiente rodoviário… Perguntas, muitas perguntas…

Outro twist curioso é o facto de, relativamente aos afogamentos, ninguém sugerir que os miúdos devam andar sempre com um colete salva-vidas, recomendam apenas que as piscinas sejam vedadas – embora os afogamentos na praia, na banheira, etc, não sejam evitáveis desta forma (e nem o colete terá, provavelmente, capacidade de evitar muitos dos afogamentos de crianças, de qualquer modo…). O ónus recai sobre o objecto fonte de perigo (e o seu proprietário). Já relativamente aos acidentes rodoviários, defendem que as crianças devem andar com capacete [e roupa reflectora], aqui o ónus recai sobre a vítima, e não sobre a fonte de perigo: os condutores nos seus automóveis…

Serei apenas eu que veja aqui umas incoerências graves?… 🙁