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Cenas para ver e ouvir

Então, maltinha, fartos das redes sociais? Andam a leste? Fazem muito bem. Ora aqui está um apanhado de umas conversas fixes que podem ter perdido no meio do vosso detox digital. 🙂

A Cicloda (aka Cicloficina) tem organizado, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, uma série de tertúlias online cobrindo vários temas. O ciclo começou em Abril e eu tive a oportunidade de participar agora no início de Junho num sobre Bicicletas e Férias, e aproveito para o sugerir como primeiro a assistir, nãos estivéssemos nós bem entrados na época alta das viagens a pedal. 😉

Mas esta é só uma das tertúlias, não percam as outras. Eu gostei partcularmente desta, sobre Bicicletas e Mulheres!

Antes deste ciclo, entre o fim de Fevereiro e o início de Março, o Rafael Polónia, da Landescape, organizou uma série de conversas one-on-one ao vivo no Facebook. Umas foram mais claramente à volta do tema das viagens: com a Tânia Muxima, o Paulo Guerra Santos (e o seu guia), o Jorge Vassalo (do mítico Até onde Vais com 1000 Euros?), com o Gonçalo Peres, e com o João e a Valerie (do Pedalar Devagar). Mas também abordou outros temas laterais, comigo e com a Laura Alves.

Volta Online em Bicicleta | Tânia Muxima

A Tania Muxima, a minha convidada de hoje, pelas 21 horas, não é só uma "papa-quilómetros" de bicicleta. Além das imensas aventuras que a levaram a vários locais do mundo, pedalando, viajou também pela Islândia…de trotinete!

Publicado por Rafael Polónia em Quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
Volta Online em Bicicleta | Paulo Guerra dos Santos

O Paulo é o convidado desta noite, nesta conversa com a bicicleta como tema principal. O seu conhecimento e experiência adquiridos ao longo dos últimos 25 anos a realizar projetos de engenharia de vias de comunicação e transportes – um dos vários ramos de estudo da engenharia civil – fez com que partisse para esta missão de identificar a Rede Nacional de Cicloturismo.

Publicado por Rafael Polónia em Quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
Volta Online em Bicicleta | Jorge Vassalo

ATÉ ONDE VAIS COM 1000 EUROS?com Jorge Vassallo “Uma viagem chamada liberdade. Não haverá nunca melhor viagem do que a que é planeada ao sabor do destino” – foi assim que Laura Alves (também convidada neste evento) definiu a viagem que o Jorge e o Carlos fizeram montados na Mikelina e na Penélope, duas bicicletas de baixo custo, “com bússolas compradas nos chineses”, sem sonhar que das suas aventuras iriam constar experiências como comer cabeça de cabra num barbeiro em Tiznit, ou uma tagine de camelo, que a imagem dos flamingos a voar no Parque Nacional de Khenifiss, onde quase ficaram soterrados na areia, se lhes gravaria na mente; ou que regressariam com muitos amigos novos na bagagem. Uma lição de economia doméstica. Dois portugueses, duas bicicletas e mil euros. No fim, não aguentaram e rebentaram o orçamento: comeram um bitoque à entrada de Portugal.Neste quarto dia de conversas, terei comigo o Jorge Vassalo, para nos falar um pouco o que foi esta aventura que, além de empreendedora no sentido de viagem, à altura, foi também uma lufada de ar fresco no mundo dos blogs.

Publicado por Rafael Polónia em Sábado, 27 de fevereiro de 2021
Volta Online em Bicicleta | Laura Alves

BICICLETA NO FEMININO | com Laura AlvesA minha convidada de hoje é a Laura Alves, que iniciou o seu trabalho em jornalismo há 20 anos e que passou a produzir conteúdos freelancer desde 2012. Na última década tem colaborado com múltiplas instituições, empresas e editoras, desenvolvendo conteúdos institucionais e/ou criativos em áreas muito diversas — entre elas a mobilidade, aliando o seu gosto particular pela utilização da bicicleta como meio de transporte.Entre 2012 e 2013 escreveu para a revista B – Cultura da Bicicleta e, em 2013, a convite da Texto Editores, publicou o livro "A Gloriosa Bicicleta – Compêndio de Costumes, Desvarios e Emoções em Duas Rodas", a primeira obra sobre o mundo da ciclocultura em Portugal, em coautoria com o Pedro Carvalho. Em 2014, em parceria com o fotógrafo Vitorino Coragem, produziu o trabalho documental “Maria Bicicleta” sobre as particularidades do ciclismo urbano no feminino — um trabalho que viria a ser adaptado a exposição de rua âmbito da Semana Europeia da Mobilidade em Lisboa. Desde 2020 que desenvolve conteúdos sobre a cultura da bicicleta para a versão portuguesa do We Love Cycling, projeto criado pela Škoda em diversos países europeus.

Publicado por Rafael Polónia em Terça-feira, 2 de março de 2021
Volta Online em Bicicleta | Gonçalo Peres

FILHOS…E AGORA? | com Gonçalo Peres4 MARÇO | 21 HORASNeste sexto dia de conversas sobre duas rodas, vamos ter o Gonçalo Peres, que tem 47 anos, dois filhos com 12 e 8 anos, e que faz de Lisboa a sua casa. Começou a usar a bicicleta em 2009, como solução para levar o primeiro filho à creche, a 2,5 quilómetros de casa. Uma distância longe demais para ir a pé, mas perfeita para a bicicleta. Não queria depender do carro e ser mais um pai a contribuir para o ambiente nocivo junto às escolas: poluição, insegurança e usurpação do espaço público. De forma progressiva começou a usar a bicicleta em todas as necessidades de deslocações. Em pouco tempo melhorou a condição física, passou a ver e sentir a cidade de uma forma diferente e a apreciar a natureza que estava escondida mesmo ao pé de casa. Já há muitos anos que não há veículos motorizados em casa. Tal como muitos pais não dão aos filhos a escolher se querem ou não ir de carro a algum lado, os filhos do Gonçalo já sabem que a bicicleta, é a escolha natural.

Publicado por Rafael Polónia em Quinta-feira, 4 de março de 2021
Volta Online em Bicicleta | Ana Pereira

MOBILIDADE E FORMAÇÃO | com Ana Sousa Pereira6 MARÇO | 21 HORASA Ana é a minha convidada deste sábado. Trabalha na área da promoção da mobilidade em bicicleta desde 2006 na empresa que co-fundou, a Cenas a Pedal. Co-fundadora em 2009 da MUBi – associação pela mobilidade urbana em bicicleta, co-fundou em 2019 também a cooperativa Bicicultura. Nomeada Bicycle Mayor of Lisbon 2019-2020 no âmbito do Bicycle Mayor & Leader Program, visa contribuir para reduzir as barreiras ao uso da bicicleta e tem n'A Casa da Bicicultura, um centro de promoção e educação para a mobilidade em bicicleta, rumo a cidades mais sustentáveis e mais amáveis, o seu mais recente projeto nesse sentido. A nível de formação, iniciou o trabalho nesta área em 2007, ao perceber que o Código da Estrada era meio medieval para o uso da bicicleta, levando-a a colaborar em trabalho de lobbying que culminou, num esforço coletivo, em várias alterações positivas que entraram em vigor em 2014. A par do interesse pelo CE, começou em 2008 a trabalhar como instrutora de condução de bicicleta, pois rapidamente percebeu que cumprir o CE não era suficiente para uma experiência de condução de bicicleta segura, confortável e eficiente. Desde 2008 que ensina pessoas de todas as idades a andar de bicicleta, bem como a conduzi-la na cidade (e fora dela).

Publicado por Rafael Polónia em Sábado, 6 de março de 2021
Volta Online em Bicicleta | João, Valerie, Yacha e Sinai

VIAJAR COM FILHOS | com João Gonçalo Fonseca e Valerie Fonseca, Yacha e Sinai7 MARÇO | 21 HORASNesta quarta conversa, vou estar à conversa com o João e a Valérie. A vida deles sempre foi feita na estrada a percorrer o mundo, à boleia pelo Velho Continente ou desbravando o continente africano e o Médio Oriente, quando a fotografia ainda era analógica. Porém, a viagem mais especial foi quando tiveram a ideia de percorrer o mundo de bicicleta. Partiram de Portugal à boleia até à Suíça e de lá, de bicicleta para aquela que seria uma viagem à volta do globo durante 3 anos. O tempo quando se viaja de bicicleta é, porém, diferente do tempo quando se viaja à boleia, de avião ou mochila às costas e os 3 anos transformaram-se em 4, só pela Europa, Médio Oriente e Ásia.A odisseia deu lugar a um livro – Pedalar Devagar – e o retorno à vida rotineira. Regressados a Zurique, cidade onde também dois filhos foram concebidos, o sonho de fazer outra grande viagem foi crescendo. Como sempre na vida deste casal, tudo é decidido ao minuto e foi assim que achámos que partir de novo seria a ideia mais fascinante, desta vez com toda a família nos alforges. A América do Sul foi traçada no horizonte e foi aí que pedalámos com as nossas quatro bicicletas, explorando por mais de 20 meses, diferentes países, montanhas, culturas e experiências indescritíveis! E porque pedalar não nos chegava, até um barco construímos para descer o rio Napo e o Amazonas.

Publicado por Rafael Polónia em Domingo, 7 de março de 2021

E finalmente, deixo também o 2º episódio do podcast De Ventos em Popa, da Roda dos Ventos, em que o Tiago Carvalho entrevista a Inês Sanches, dos projetos Femina e Selim.

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Cãovívio a Pedal, p’l’A Casa da Bicicultura

Como talvez já tenham reparado, a nossa cadela de 12 Kg, a Mutthilda (mutt = rafeiro, hilda = mighty in battle, logo, Mutthilda, mas lê-se Matilda!) vai connosco para todo o lado de bicicleta. No dia-a-dia e nas férias, na cidade e no campo, no Verão e no Inverno, em plano e e a subir e descer, desde as 8 semanas de idade.

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Mutthilda com 2 meses.

Passeio e Piquenique MUBi / Casa da Bicicultura
Mutthilda com 4 anos.

Não nos passaria pela cabeça deixar de ir de bicicleta para a podermos levar, ou não a levarmos para podermos ir de bicicleta. Quando dá para ela ir a correr ao nosso lado, soltamo-la, quando não dá (ou não é recomendado sob pena de ela colapsar de tanta correria acumulada), vai à boleia.

Desde o início que levar um cão na bicicleta foi sempre algo que apanha as pessoas de surpresa e lhes põe um sorriso na cara, põe-se a acenar, a fazer-lhe festas, é a loucura. 🙂

Já a levámos em cestos, transportadoras e atrelados. Cestos dianteiros, cestos traseiros. Uma transportadora presa ao deck da longtail Surly Big Dummy do Bruno com umas Rok Straps. Um atrelado gigante de duas rodas, um atrelado de uma roda. Dois cestos diferentes presos ao guiador. Um cesto traseiro fixo ao tubo do selim, outro alongado fixo ao porta-bagagem traseiro, e outro também fixo ao porta-bagagem traseiro mas com um adaptador. Etc. Basicamente andámos a testar o catálogo todo de soluções para transporte de cães. Digamos que temos alguma experiência nisto. 🙂

Já para não falar nela, mais versada em cenas a pedal do que a maior parte dos ciclistas, dado que já andou em bicicletas de touring, bicicletas eléctricas, longtails, recumbents / reclinadas, bakfietsen, tandems e, claro, atrelados! 😀

Circe Morpheus

Por tudo isto, e porque é sempre bom socializar os cães e socializarmo-nos a nós próprios, vamos estar batidos no Cãovívio a Pedal do próximo domingo dia 8 de Julho, em Lisboa, um evento de FUNdraising para a constituição d’A Casa da Bicicultura. Nesse dia esperamos também estrear uma outra solução de transporte para a Mutthilda, uma espécie de cadeira como as dos miúdos. 😀

Esperamos ver-vos também por lá. Vai ser muito fixe!

Programa do Cãovívio a Pedal:

16h-17h30: encontro, convívio e actividades com a Mutts no Jardim do Campo Grande, junto ao parque canino.

17h30-19h: passeio de bicicleta Campo Grande – Alvalade – Lumiar – Campo Grande.

19h30: foto de grupo, fim do encontro no jardim do Campo Grande.

 

Não tens ainda solução para levar o teu cão na bicicleta? Então vem só à parte do encontro. Além do convívio, terás oportunidade de ver as soluções de transporte dos outros participantes, trocar ideias, quem sabe fazer uns test rides.

Além disso, teremos a colaboração da Raquel e do Pedro, os treinadores da Mutts, que gentilmente aceitaram o nosso convite para virem dar-nos umas luzes de como moldar o comportamento dos cães usando técnicas de reforço positivo, não só para os passeios de bicicleta como no dia-a-dia no geral.

Não percas esta oportunidade!

Este é também um evento de angariação de fundos para a Casa da Bicicultura. A participação é livre, mas apelamos a que contribuas com um donativo ao teu critério que ajude a Bicicultura a cobrir os custos da sua fundação oficial – vê como mais abaixo.

Queremos multiplicar estes encontros, e tornar mais fácil aceder a soluções como estas para cães na bicicleta, com a futura veloteca da Casa da Bicicultura! Vem daí! 🙂

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Fórum Parlamentar Segurança Rodoviária 2018

Hoje estivémos no Fórum Parlamentar Segurança Rodoviária 2018.

Fórum Parlamentar Segurança Rodoviária 2018

Procurámos intervir no Debate para chamar a atenção para o problema gritante da poluição automóvel nas nossas cidades, e a necessidade de agilizar a fiscalização sobre o estacionamento ilegal e sobre as manobras de condução perigosa.

Coisas positivas a apontar em particular:

A GNR – Guarda Nacional Republicana a recomendar a desmaterialização e digitalização dos processo de contra-ordenação (ser mais fácil e rápido multar), e criminalizar o excesso de velocidade como já é a condução com álcool no sangue (e nós acrescentaríamos também a condução em estado de fadiga extrema e privação de sono).

Divulgaram que só houve 4 pessoas fiscalizadas / autuadas por ultrapassagem ilegal a condutores de bicicletas…

Fórum Parlamentar Segurança Rodoviária 2018

A Prevenção Rodoviária Portuguesa defendeu também como uma das prioridades uma maior celeridade e agilização do processo de fiscalização e autuação (menos “garantismo”, uma melhor formação e examinação dos candidatos a condutores de automóvel, tornar públicos os relatórios das auditorias das vias, etc.

A ACA-M falou de mais além de estatísticas, mas do que está por trás e à volta da forma como desenhamos as cidades e como regulamos o acesso ao espaço público. De nada nos serve conseguir reduzir a sinistralidade rodoviária das crianças, por exemplo, se isso é conseguido à custa do seu sequestro do espaço público, da sua perda de autonomia e votação a um estilo de vida sedentário e sensorialmente e socialmente pobre.

A FPCUB – Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta também interveio falando mais destas questões macro, da importância de olharmos para a “bigger picture”, e de copiarmos os bons exemplos de outras cidades.

A MUBi interveio nas sessões de debate, tal como nós.

A resposta da Polícia Segurança Pública a uma questão sobre a autuação de condutores de automóvel que efectuam ultrapassagens ilegais a condutores de bicicleta mostrou bem que é fundamental haver mais e melhores canais de comunicação entre entidades e a sociedade civil. Precisamos de dialogar mais!

A primeira parte do Fórum foi gravada e disponibilizada online aqui. Fotografámos alguns slides mais interessantes, e estão aqui.

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Batidos a Pedal foram à escola

Esta 6ª-feira os Batidos a Pedal foram animar uma aula de Educação Física na EB 2/3 das Olaias, a convite da Junta de Freguesia do Beato, em nome do Dia Mundial da Actividade Física. Os batidos foram depois “queimados” nas aulas de Zumba. 😛

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Aumento de 268 % do tráfego de bicicletas em 1 ano

Houve um aumento de 268 % do tráfego de bicicletas em 1 ano, no cruzamento da Avenida Duque de Ávila com a Av. da República, em Lisboa. É o que se conclui comparando esta contagem pela Rosa Félix em 2017 com esta outra contagem do Zé Nuno, em 2018:

Fixe, não é? 🙂

  • 2017: 174 bicicletas particulares
  • 2018: 273 bicicletas particulares + 193 GIRA

Ou seja, houve um aumento, neste cruzamento específico, de 157 % de trânsito de bicicletas particulares, e de 268 % globalmente, incluindo as do bikesharing.

O que é que significa este aumento de 268 % do tráfego de bicicletas em 1 ano?

Significa que temos mais gente a usar a bicicleta na mesma rota neste horário (8h30-10h30) de um dia útil.

NÃO significa, necessariamente que:

O que é que pode explicar este aumento de 268 % do tráfego de bicicletas em 1 ano?

O tempo em Janeiro e Fevereiro foi semelhante, segundo o histórico, pelo que este não será um factor. 

Em 2017 o dia 22 de Fevereiro calhou a uma 4ª-feira, e em 2018 a uma 5ª-feira. Não temos dados para avaliar o impacto disto, mas da impressão que tenho de ver outros gráficos nacionais e internacionais, eu diria que até é provável que as 4ªas-feiras sejam dias mais movimentados (no geral, não só para quem vai de bicicleta) do que as 5ªas. Pelo que possivelmente esta diferença até pode ser maior entre 2017 e 2018.

“Culpados” prováveis:

  • a renovação do Eixo Central
  • o lançamento do bikesharing
  • a degradação do nível de serviço dos transportes públicos
  • o aumento de estrangeiros com o “chip” do uso da bicicleta já pré-instalado

Renovação do Eixo Central

A renovação do Eixo Central tornou a zona menos desconfortável e mais aprazível. No último ano teve tempo para ser melhor conhecida pela população – só nós, no âmbito do Recreio da Escola de Bicicleta da Cenas a Pedal, fizémos vários passeios a divulgar rotas que a incluíam. E a área intervencionada alargou-se até ao Jardim do Campo Grande.

Passeio pelo novo Eixo Central | 11/03/2017

Estas intervenções no Eixo Central tornaram-no uma rota mais apetecível face às alternativas existentes (Lisboa continua a ser hiper-permeável ao automóvel…). Isto pode significar que não terá havido, necessariamente, um aumento do número de utilizadores de bicicleta, mas meramente uma agregação dos mesmos numa mesma rota. Não saberemos porque a Câmara Municipal de Lisboa não faz contagens de tráfego de bicicletas pela cidade que permita fazer avaliações do género. 

Contudo, Lisboa tem um contador de tráfego de bicicletas instalado na ciclovia da Avenida Duque de Ávila desde Fevereiro de 2016. Isto significa que já terão 2 anos de contagens – muito limitadas, claro, só num ponto da cidade, e só na ciclovia (não conta o tráfego na estrada ao lado), mas já é qualquer coisa.

Publicado por UpNorth – Intelligent Solutions Everywhere em Quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Infelizmente, ao contrário do município de Vilamoura, que tem um contador igual instalado na cidade a funcionar desde 13 de Abril de 2017 e que disponibiliza publicamente as contagens, Lisboa mantém as suas secretas. Seria bom que as incluíssem no Open Data Lx!

Por curiosidade, no mesmo dia das contagens do vídeo inicial, 22/2/2018, Vilamoura registou 166 bicicletas a passar no local monitorizado. Só daqui a uns meses se poderá analisar se também em Vilamoura haverá um aumento do trânsito de bicicletas no ponto estudado.

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Sistemas de bikesharing

Entretanto, o sistema de bikesharing GIRA foi lançado no ano passado, em fase piloto, e chegou recentemente a esta zona da cidade. 

Sabemos pela experiência de introdução de sistemas de bikesharing noutros países, que este é um grande despoletador do uso da bicicleta, ao normalizá-la culturalmente, e ao reduzir as barreiras à entrada no mesmo. Assim, é natural que também em Lisboa o bikesharing, as GIRA e também os sistemas sem docas que estão a chegar à cidade, tenha um grande impacto a este nível. 

Outros factores

Finalmente, outras menos óbvias poderão ter contribuído para este aumento de 268 % do tráfego de bicicletas em 1 ano.

Coisas como a degradação do serviço no Metro, ou o influxo crescente de alunos, trabalhadores “nómadas digitais” e empreendedores estrangeiros, muitos que trazem com eles o hábito de andar de bicicleta.

E sabe-se lá mais o quê. É uma daquelas coisas que pedem a assistência do Freakanomics. 🙂

O que esperar do futuro?

Mantendo-se a tendência de aumento de bicicletas em circulação concentradas nas mesmas rotas, as coisas do costume. Mais colisões e conflitos associados ao aumento de utilizadores (na sua maioria sem formação em condução), aos ciclistas inexperientes que saltam logo para pedelecs, e até à estreiteza das ciclofaixas. Mais comportamentos não-ortodoxos (e mais quedas e colisões) à medida que as vias estreitas e a semaforização imperfeita frustra os ciclistas. A altura ideal para fazer este curso. 😉

Há sempre problemas para resolver. Mas ao menos que sejam fruto de algum progresso, como neste caso. 🙂